Argumento da Experiência Religiosa¹ (só o inicio; temporário)

KAI-MAN KWAN

Tradução: teismocristao.wordpress.com

Origem: The Blackwell Companion to Natural Theology, capítulo de mesmo nome. Nenhum direito reinvindicado.

Uma das principais preocupações da teologia natural é se existem argumentos racionais para a existência de Deus. O Argumento da Experiência Religiosa (AER) afirma que, dadas as premissas adequadas, nós podemos deduzir a partir das experiências religiosas (ERs) da humanidade um grau significativo de justificação epistêmica para a existência de Deus. Nesse capítulo eu irei defender o AER, mas eu não tenho nenhuma intenção de argumentar que apenas uma tradição teísta em particular (como o Cristianismo) é correta aqui. Minha estratégia se focará em uma subclasse de ER, as experiências de Deus ou experiência teísta (ET), e argumentar que ETs fornecem justificação suficiente para a crença em Deus. Eu não digo que esse é um argumento conclusivo, mas eu penso que ele é um argumento razoável que pode contribuir para o caso cumulativo para a existência de Deus.

Alguma clarificação quanto à termos é necessária. Por ER, eu quero dizer uma experiência que o sujeito acredita ser uma experiência de Deus, ou algum ser ou estado de coisas sobrenatural. (Por “Deus” eu me refiro aproximadamente à Base do Ser supremamente poderosa, toda-amorosa e pessoal.) Tal experiência é verídica se o que o sujeito tomou como sedo o objeto de sua experiência de fato existiu, estava presente e o fez ter essa experiência de maneira adequada.² A afirmação de que “S tem uma experiência de Deus” não implica que “Deus existe”. Então o fato de ERs terem acontecido não prejulga a questão da existência de Deus.

As raízes Experienciais da Religião

Deus não é apenas uma hipótese para os religiosamente devotados. Ele é uma Realidade Viva que permeia todas as suas vidas. ERs algumas vezes transmitem uma sensação de realidade tão intensificada que a convicção que elas instilam transforma as vidas dos experimentadores.  Ademais, ERs muitas vezes também transformam o mundo – apenas contemple o imenso impacto de pessoas como Moisés, São Paulo, Agostinho, Wilberforce e outros na civilização Ocidental. Deixe-me seguir com alguns casos concretos de ER.

CASOS DE ET

Caso 1. A história de Christiana Tsai: rainha da câmara escura

Christiana Tsai era uma mulher chinesa nascida em uma sociedade chinesa tradicional no século dezenove. Ela veio de uma família chinesa que era antagônica em relação ao cristianismo, mas foi convertida após tal experiência: um dia ela estava brincando no quintal, e ela notou uma pedra que parecia muito suave na superfície. Ela a virou com uma vareta e descobriu que havia um grande lagarto e vários insetos sob a pedra. De repente, ela ouviu uma voz em seu coração: “Você é como esta pedra, parecendo bonita por fora, mas cheia de mal no interior!” Ela se ajoelhou e orou a Deus por perdão. Imediatamente, ela encontrou paz e sentiu que o fardo do pecado nela foi retirado. Desde então, o mundo lhe parecia como o belo jardim do Senhor. Ela encontrou uma fonte de amor em seu coração, e sentiu que até mesmo os objetos inanimados nas imediações estavam cantando louvor ao Criador com ela.

Ela compartilhou o evangelho com amigos e familiares e muitos foram convertidos também. Todavia, sua mãe era muito resistente e era viciada em ópio. Uma noite, sua mãe teve uma visão de Jesus aparecendo diante dela em Sua glória. Após isso, sua mãe também se converteu e achou fácil abandonar o ópio por completo. Uma vez, Tsai estava lutando sobre uma decisão relativa ao seu relacionamento com seu namorado. De repente, ela pareceu ver Jesus no Getsêmani. Ela se ficou cheia com o Espírito Santo. Ela sentiu a dor de Cristo e soube que Cristo também conseguia compreender sua dor. Ela decidiu abandonar aquele relacionamento. Desde então, ela sentiu que o amor do Senhor nunca havia a abandonado, e sua comunhão com ele tornou-se cada vez mais doce. Porém, a tribulação mais difícil ainda estava por vir.

Um dia uma doença estranha de repente começou a causar-lhe imensos sofrimentos. Até mesmo luz a faria se sentir como sendo esfaqueada. Por vários dias ela simplesmente não conseguia comer, se movimentar, falar ou abrir os olhos. Médicos disseram que ela morreria em breve. Todavia, ela teve uma visão de uma bela coroa subindo ao céu numa noite, mas uma voz lhe disse que ainda não era a hora. Então ela começou a se recuperar. Para simplificar a história, embora ela tenha sobrevivido a doença, ela teve que permanecer na câmara escura pelos próximos 24 anos, e dor tremenda ainda a visitava. Porém, durante tal longo período e na escuridão, ela continuava a sentir fortemente o amor de Deus e a iluminação da Sua luz. Ela continuou a ter comunhão com Deus, e sua vida demonstrou uma espécie de paz e alegria que eram quase palpáveis aos seus visitantes. Muitos deles diriam que eles podiam ver Deus em sua vida.³

Caso 2. Experiência de cristãos chineses sob perseguição

Desde que os comunistas tomaram conta da China, muitos cristãos chineses foram cruelmente perseguidos, mas muitos deles corajosamente mantiveram suas fés, ainda que, à vezes, apenas a negação verbal da fé fosse facilmente assegurar suas libertações. Um crente disse: “Eu sou um prisioneiro, mas meu espírito não pode ser aprisionado. Eu posso livremente ter comunhão com o Senhor de tempo em tempo….Embora minhas mãos estejam algemadas, e meu corpo sinta dor indescritível, meu coração ainda está cheio de paz e alegria” (Xi 1990, p.4). Ele só foi solto depois de 20 anos num campo de trabalho, mas continuou a experimenta a presença de Deus e de Sua graça abundante (Xi 1990, p.8). Outro crente foi preso e trazido perante a multidão para receber críticas. Ele sentiu-se como se estivesse perto do fim de sua vida, mas repentinamente ele teve uma visão de Jesus carregando a cruz e andando no caminho para o Calvário. Imediatamente, ele sentiu uma espécie de alívio por todo o seu corpo, e todo o medo foi expulso de seu coração. Ele então foi capaz de enfrentar a multidão feroz com calma (Xi 1990, p.54). Muitas histórias similares foram contadas no mesmo livro.

Caso 3. A experiência de Sheila

“’Aquele, não perdendo nada de si mesmo, transborda’…. Eu simplesmente vi que era assim…Os únicos sintomas corporais eram lágrimas de alegria….Pareceu, por um momento, como se eu estivesse “Na grande mão de Deus’….Qualquer distinção de sujeito e objeto, ativo e passivo, substantivo e verbo estava perdida….Que não era uma alucinação é, todavia, a convicção mais permanente que eu tenho” (citado em Wall 1995, p.47).

Caso 4. A experiência de Mark

Essa experiência durou mais de 9 meses: “A experiência incluía uma consciência sublime de um poder sustentador personalizado que desafia a descrição. Eu me lembro imaginando se eu havia encontrado Deus ou se Deus havia me encontrado. Eu era infinitamente mais preocupado com e consciente de pessoas e meu ambiente. Percepção mental e originalidade foram aumentadas. Viver atingiu níveis inimagináveis de pura alegria….De inicio eu estava surpreso em descobrir pouca correlação entre minha experiência e as crenças e comportamento da Igreja” (citado em Wall, p.50).

Caso 5. A experiência de Simone Weil

“Em um momento de sofrimento intenso, quando eu estava me forçando a amar, mas sem desejar dar um nome a esse amor, eu senti, de nenhuma maneira preparada para isso (pois eu nunca havia lido os escritores místicos) uma presença mais pessoal, mais certa, mais real que qualquer ser humano, embora inacessível aos sentidos e à imaginação.” Weil observa: “Eu nunca havia previsto a possibilidade daquilo, de um contato real, pessoa a pessoa, aqui embaixo, entre um ser humano e Deus. Eu havia vagamente ouvido falar de coisas desse tipo, mas nunca acreditei nelas” (citado em Layman 2007, p.42).

Caso 6. A experiência de Angelique

Angelique é uma psiquiatra. Ela escreve: “tão longe quanto consigo me lembrar, eu “sabia” da existência de Deus. Qualquer sentido gradualmente se desenvolvendo que eu tivesse de mim mesma como uma entidade era acompanhado de uma sensação de alguém diferente, invisível e infinitamente maior que eu ou qualquer outra “pessoa”, e diferente deles, uma espécie de força todo-poderosa, difundida no mundo, mas que, longe de ser impessoal, era amável e beneficente, com um interesse real em mim….Eu nunca usei nenhum a palavra para essa pessoa – afinal, eu nunca precisei – mas o uso da palavra ‘Deus’ ou ‘Criador’ por outras pessoas parecia se encaixar muito bem. Eu nunca vi ou ouvi nada de que me lembre, mas o conhecimento era tão certo quanto o conhecimento de que outra pessoas continuavam a existir quando saiam da sala…meus pais eram ambos agnósticos e anti-igreja. Não me lembro de religião ter sido um assunto de conversa em casa vez nenhuma. Além de poucos flertes com a Escola Dominical eu não frequentei a igreja até os 13 anos de idade” (citado em Wall 1995, p.77).

Angelique alega que as experiências “tem a qualidade de não apenas serem auto-autenticantes, mas de serem o fundamento ou padrão pelos quais tudo mais em minha experiência subjetiva pode ser, e é julgado. Esse fenômeno em si não é desconhecido em estados anormais de delírio e alucinação,” os quais “invariavelmente levam à deterioração mental progressiva, dor e, eventualmente, desintegração psicológica e social, enquanto o único teste objetivo de experiências espirituais é que elas mostram frutos em maior sensibilidade e maturidade, e levam ao crescimento em todas as áreas da personalidade” (Wall 1995, p.78).

Caso 7. Uma experiência completamente surpreendente

“A experiência em si é muito difícil de descrever. Tomou-me completamente de surpresa. Eu estava prestes a começar a me barbear no momento, entre todas as coisas. Eu senti que minha alma foi literalmente deslocada – por uma boa quantidade de segundos, talvez de 15 a 20 – das trevas à luz. Eu vi minha vida, de repente, como que formando um padrão, e senti que eu tinha, de repente, me familiarizado comigo mesmo novamente…Devo salientar que antes dessa experiência eu nunca havia usado palavras como ‘alma’ ou ‘salvação’ ou qualquer uma dessas palavras ‘religiosamente coloridas’. Mas, para fazer o mínimo sentido do que aconteceu comigo, eu acho imperativo usá-las” (citado em Hay 1994, p.21).

Caso 8. Experiência de projeto

“Minha mente repentinamente começou a pensar sobre a beleza ao meu redor, e considerei a maravilhosa ordem e timing do crescimento de cada flor e erva, e a abundância de todo o crescimento visível acontecendo ao redor; eu me lembro de pensar “Aqui há mente”….Por alguns momentos eu realmente me senti em um com o Universo ou o Poder Criativo que reconhecemos….Eu devo ter sido confrontado com a fonte de todo o ser” (citado em Hay 1994, p.23).

O AER no Século Vinte

Defensores anteriores da ER incluíam tanto teólogos quanto filósofos, por exemplo: Farmer, Frank, Waterhouse e Knudson. Alguns deles afirmavam que ERs providenciavam conhecimento imediato de Deus, que era auto-autenticante. Todavia, filósofos tendiam a ser mais críticos de tais afirmações (C.B. Martin, cap. 5; Flew 1966, cap. 6). Keith Yandell (1993, cap. 8), ele próprio um defensor da ER, era altamente crítico dessa noção. Não importa se essas críticas eram convincentes ou não, elas eram influentes e foram responsáveis pelo surgimento de uma forma de AER que não dependia de reivindicações de auto-autenticação.

O postulado prático que utilizamos em todos os outros lugares é tratar alegações cognitivas como verídicas a menos que haja alguma razão positiva para acreditar que sejam ilusórias. Essa, afinal, é a nossa única garantia para acreditar que a percepção sensorial comum é verídica. Não podemos provar que o que as pessoas concordam em perceber de fato existe independentemente delas; mas nós sempre assumimos que a percepção sensorial de pessoas despertas é verídica, a menos que possamos produzir algum caso positivo para pensar que ela é ilusória em determinada situação. Acho que seria incoerente tratar as experiências de místicos religiosos em princípios diferentes. Desde que elas concordem, elas deveriam ser provisionalmente aceitas como verídicas a não ser que haja alguma razão positiva para pensar que não são. (Broad 1953, p. 197)

Entre os anos cinquenta e setenta, defensores hábeis da ER incluem A.C. Ewing, John Hick, H. D. Lewis, Elton Trueblood, John Baillie, Rem Edwards e H.P. Owen. Porém, nessa época, o verificacionismo – a grosso modo a doutrina de que só sentenças verificáveis em principio eram cognitivamente significativas – ainda era influente, e por isso até mesmo a significância da linguagem religiosa estava em dúvida. A situação agora é bem diferente. Primeiramente, o verificacionismo está efetivamente morto. Em segundo lugar, a partir do final da década de 1970, uma quantidade de filósofos analíticos produziu defesas cada vez mais sofisticadas da ER. Richard Swinburne (1979m cap. 13) defendeu ERs através do seu Princípio da Credulidade (PC), que afirmava que era racional tratar nossas experiências como inocentes (incluindo a ER) até que se prove o contrário. Em outras palavras, ERs eram tratadas como evidência prima facie para a existência de Deus até que houvesse razões para duvidar delas. Isso atraiu muita atenção na filosofia da religião. Houve, é claro, muitos críticos (como William Rowe e Michael Martin), mas Swinburne também inspirou o apoio de uma boa quantidade de filósofos profissionais (como Gary Gutting).

Muitos livros foram escritos sobre ER que basicamente seguiram a linha de pensamento de Swinburne: Davis (1989), Wall (1995), e Gellman (1997). Outros filósofos (por exemplo, Wainwright e Yandell) também trabalharam independentemente rumo a uma conclusão similar. Um marco desse debate é Perceiving God (1991), de William Alston, que habilidosamente defendeu uma abordagem prática-doxástica à epistemologia.Essa abordagem afirmava que era racional confiar praticamente em nossas práticas doxástica socialmente estabelecidas, incluindo a experiência Cristã mística. Seus argumentos são amplamente discutidos e, em geral, levados a sério.

Defensores do AER fizeram progressos consideráveis durante o século vinte. Quando Swinburne inicialmente propôs seu AER através de seu PC no fim da década de 1970, ele foi recepcionado com incredulidade. Naquela época, a opinião prevalente entre filósofos profissionais parecia ser de que esse tipo de argumento não tinha esperança e além dos limites para filósofos respeitáveis. Então nem mesmo Mary Hesse, que simpatizava com a religião, pode suportá-lo naquele momento. Respondendo à Swinburne, embora ela tivesse pensado que seu artigo havia sido “firmemente argumentado”, ela pode descarta-lo em poucas palavras: “tais apelos à ER…não são comuns nem intelectualmente persuasivos nem ao menos inteligíveis no atual ambiente secular” (Hesse 1981, p. 288). Swinburne respondeu: “A  sugestão de que elas não são comuns parece simplesmente falsa…O argumento do meu artigo foi que apelos à ER deveriam ser intelectualmente persuasivos…Quanto à afirmação que apelos à ER não são inteligíveis – eu só posso sugerir que quem acredita nisso deveria se familiarizar com a literatura da religião, a fim de ver o que os apelos significam” (Swinburne 1981, pp. 303-4). Isso é um pouco divertido.

Atualmente, em geral, até críticos entre filósofos da religião o tratam com algum respeito. Agora ele é regularmente tratado em textos sobre filosofia da religião, e eu acredito que ele vai se tornar um dos argumentos clássicos para a existência de Deus. Os antigos defensores continuam a atualizar seus casos (Yandel 1999; Gellman 2001; Hick 2006), e ele também atraiu novos apoiadores (Garth Hallett, Stephen Layman, Grahame Miles, T. J. Mawson, Douglas Geivett). Obviamente, o AER também tem seus detratores (Richard Gale, Matthew Bagger, Nicholas Everitt, James Harris), mas eu penso que até mesmo eles concederão que seus oponentes são seus pares epistêmicos. Afinal, Alston e Swinburne são pesquisadores ativos no campo da epistemologia (e áreas relacionadas), e eles não podem ser descartados como filósofos amadores. Ainda não existe nenhum consenso, mas o AER parece estar vivo e bem.

O AER também é excitante e fascinante porque nos ajuda a repensar assuntos profundos na epistemologia. Penso que os defensores contemporâneos do AER estão explorando um novo paradigma. Também existem desenvolvimentos independentes e em consonância no campo da epistemologia em décadas recentes. Quando Swinburne primeiro propôs, audaciosamente, seu PC, foi algo bastante novo e radical, e ele fez afirmações aparentemente chocantes como “se me parece que Poseidon existe, então é uma boa evidência de que Poseidon existe”. É verdade, era semelhante ao commonsensism [algo como sensismo comum] crítico de Chisholm, mas poucos imaginariam aplica-lo diretamente à ER. Nesse tempo, as deficiências do fundacionalismo tradicional já haviam se tornado aparentes à muitos epistemólogos, mas talvez eles ainda estivessem esperando por uma solução rápida. Agora eles são mais abertos à quadros epistemológicos radicalmente diferentes. Princípios epistêmicos como o PC de Swinburne foram aceitos por filósofos diversos, como Gary Gutting, William Lycan, Robert Audi e Michael Huemer (mas eles não concordem de inteiro sobre seu âmbito de aplicação). Além disso, eles estão explorando teorias se assemelham  mais ou menos a abordagem prática doxástica de Alston, por exemplo: o fundacionalismo (bem fraco) de Catherine Elgin, o foundherentism [algo como fundoerentismo] de Susan Haack, ou o pragmatismo metodológico de Nicholas Rescher. Esse tipo de desenvolvimento epistemológico certamente reforça a plausibilidade inicial do AER.

Notas

1. Eu usei uma parte significante do meu ensaio publicado em Philosophy Compass neste capítulo. (Kwan, 2006b). Agradeço a permissão dada a mim  pelo jornal para fazer isso.

2. A última frase é adicionada para salvaguardar contra as assim chamadas cadeias causais desviantes. Essa condição é difícil de especificar em detalhes. O mesmo problema ocorre para a explicação do conceito de percepção sensorial verídica (ver Grice em Dancy 1998, cap.III). Também deve ser notado que essa é oferecida como uma condição suficiente para veridicidade, e esta pode não ser idêntica à sua condição necessária.

3. Essa história é contada em Tsai (1953), e minha narrativa é extraída da versão chinesa desse livro (Tsai 200).